Crônica: Maria das Neves – Onde Começa a Educação; Por Dr. João Vinícius Soares


No sertão da Paraíba, onde o sol não apenas queima a terra, mas também ilumina almas de coragem e resistência, nasceu, no dia 5 de agosto de 1956, uma mulher destinada a escrever com giz e afeto uma história que se confunde com a própria trajetória da educação de Conceição: Maria das Neves Palitot Fernandes.


Filha de Francisco de Assis Palitot e Esmeralda Arruda Palitot, neta do Capitão Tiburtino — aquele mesmo que a lenda do distrito do Video jura ter atravessado o tempo a cavalo, com olhar firme e palavra que valia mais que papel — e de Dona Maria Ramalho, mulher de oração e pulso forte, Maria das Neves carregou no nome e no sangue uma herança de liderança e ternura. Casou-se com Tota Ramos, com quem construiu não apenas uma casa, mas um lar de três filhos e muitos netos — multiplicando raízes por entre as serras de Conceição.


Mas Das Neves não é mulher de ficar entre panelas e varandas. Desde cedo, preferiu os cadernos e os olhos curiosos das crianças. Ali onde muitos enxergavam carência, ela via potência. Ali onde os muros eram baixos, ela erguia pontes com o saber. Começou sua caminhada no chão da escola e não parou mais.


A professora Maria das Neves é, sem dúvida, um dos maiores símbolos de dedicação, competência e amor ao ensino dentro da Secretaria de Educação. Sua trajetória é marcada por uma história de lutas e conquistas que enaltecem não apenas sua capacidade profissional, mas também sua vocação em transformar vidas por meio da educação.


Com honra e compromisso, Maria das Neves não apenas desempenha seu papel como educadora; ela redefine o que significa ser uma professora. Para ela, a sala de aula é mais que um espaço de transmissão de conhecimento: é um ambiente de transformação, onde o ensino encontra sua verdadeira essência social e humana.


 

Ao longo de sua carreira, ela tem demonstrado uma habilidade rara de conectar a teoria à prática, trazendo para seus alunos e colegas um exemplo vivo de que a educação é uma ferramenta poderosa para abrir portas e superar desafios. Sua atuação vai além dos muros escolares, impactando a comunidade e fortalecendo o entendimento de que a escola é um espaço de cidadania, inclusão e igualdade.


Durante 12 anos, foi diretora da Escola Maestro José Siqueira — e não se pode falar de música em Conceição sem lembrar do maestro, nem de educação sem lembrar de Maria das Neves. Transformou corredores em lares de esperança, salas em palcos de descobertas, professores em aliados e alunos em protagonistas de suas próprias histórias.


 

Foi também a primeira diretora da Escola Raimunda Leite Sobrinha, e ali deixou mais que sua marca: deixou um legado. Depois, assumiu a direção da Escola José Leite, com a mesma disposição de quem sabe que ensinar é mais do que um ofício: é vocação.

 

Maria das Neves não dava apenas aulas. Ela ensinava a sonhar, a se levantar depois do tropeço, a valorizar as próprias raízes. Para ela, o chão batido do Distrito do Videu era solo fértil para formar doutores da vida. Com uma fala mansa e firme, sabia acolher, corrigir e inspirar — às vezes tudo isso no mesmo olhar.


Maria das Neves representa o que há de melhor no ensino público: a união entre competência técnica e sensibilidade humana. Seu trabalho é um farol que guia não apenas alunos, mas também seus colegas e gestores, inspirando todos ao seu redor a perseguirem a excelência e acreditarem no potencial transformador da educação.

 

Seu compromisso inabalável é um lembrete de que o papel do educador transcende a simples tarefa de ensinar. É sobre formar cidadãos, construir futuros e promover o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.

A Secretaria de Educação se orgulha de contar com uma profissional como Maria das Neves, cujo legado já está gravado como um exemplo de liderança, dedicação e humanidade. Ela não apenas ensina, mas inspira, não apenas guia, mas transforma. Que sua história continue sendo um testemunho do poder do ensino e da força de quem acredita na educação como um ato de amor e cidadania.

E foi assim, de mãos dadas com a comunidade, com os livros, com a alma viva do sertão, que ela construiu uma vida que é, por si só, uma cartilha de cidadania. Hoje, Maria é mãe, avó, esposa, professora, gestora, conselheira — um farol aceso na memória de quem teve o privilégio de aprender com ela.


 

Dizem por aí que o tempo passa. Mas em Conceição, há histórias que o tempo reverencia. Maria das Neves é uma dessas. Enquanto houver um estudante cruzando o portão da escola com mochila nas costas e esperança no peito, ela estará ali — em cada gesto de cuidado, em cada palavra de incentivo, em cada sonho que se levanta para mudar o mundo a partir da sala de aula.

Estes são os votos de feliz aniversário do seu fã e amigo incondicional – João Vinícius Soares de Figueirêdo

Porque certas mulheres não apenas ensinam. Elas fundam futuros.

 

Por Dr. João Vinícius Soares